Categorias Ver Todas >

Audiolivros Ver Todos >

E-books Ver Todos >

A Piranha, O Peru E O Veadinho

A Piranha, O Peru E O Veadinho

Sinopse

Após sofrer um ataque quando era ainda filhote, que o deixa órfão, um mirrado veadinho se vê forçado a conviver com uma sequela que faz com que este descreva movimentos sinuosos ao caminhar. A inocente criatura, sensível e de jeito dócil, em função deste acidente passa a apresentar um caminhar delicado, pouco característico para um macho normal e assim, acaba se tornando vítima de discriminação por parte dos animais da floresta, que questionam a sua masculinidade. Sendo assim, este cresce como uma autêntica vítima de bullying do mundo animal. Sem a presença do pai, outrora envolvido com atos de veadagem e que o abandonara quando ainda criança, para fugir com outro amigo veado, este passa a levar uma vida solitária, evitado até mesmo por outros veados do bando, que o julgam uma presa fácil devido a sua dificuldade de locomoção, alegando que este colocaria o bando em perigo frente aos muitos predadores da selva Amazônica, sempre ansiosos por comerem o mirrado e requebrante veadinho. Após anos de sofrimento, o pobre cervídeo decide por fim à própria vida e com muita resignação decide se atirar ao famigerado rio das piranhas, tidas como as mais sanguinárias criaturas do baixo Amazonas, que perdiam em termos de ferocidade apenas para outro grupo, o das PUTAS (Piranhas Unidas e Treinadas do Alto do Solimões). O que o pobre cervídeo não sabia era que, a líder do cardume era, de fato, uma piranha diferente das demais, uma criatura fogosa, espalhafatosa, sensível e com senso de humor invejável e ainda por cima, vegetariana, que ao invés de devorá-lo como mandaria o figurino, se sensibiliza com a história do desconsolado ser e resolve ajudá-lo. Para isso, esta tenta persuadi-lo a conhecer alguém especial, antes de tomar tão drástica decisão. Um peru, que também havia sido um frustrado suicida, ao tentar, tempos antes, ser devorado pela incomum predadora. A triste decisão deveu-se à perda de sua peruona, sucumbida em uma panela em noite de natal, somado às suas sucessivas desilusões amorosas, em suas múltiplas relações extra-especimais, posterior a perda de sua amada. O veadinho aceita a sugestão e então, este é apresentado ao enorme e saradíssimo peru, segundo a piranha, um "Gianechini" dos fasianídeos, que com seu jeito alegre e desprendido conquista a amizade do desconsolado cervídeo. O cheio de vida e charmoso galináceo compreende os devaneios do novo amigo que, pela primeira vez na vida, convive com alguém que não o despreza, que o ouve, que não o discrimina e que o aceita como ele é. Isso faz com que os dois desenvolvam algo mais que uma grande amizade, que acaba por fazer com que a vida para o desmilinguido quadrúpede não mais lhe pareça um pesado fardo a carregar. O peru também se beneficia desta grande amizade, pois sendo ele um fugitivo da fazenda, um bicho sem teto, este não havia encontrado ainda um lugar o qual pudesse chamar de lar ou outros bichos que o fizessem sentir-se importante e, por isso, passa a ver no novo amigo a grande companhia pela qual vinha buscando há tanto tempo, porém, sem as artimanhas comuns às fêmeas com as quais se envolvera no passado. Além de um "galiforme de fino trato", um verdadeiro "gentlebird", o peru se mostra um considerável cômico, o que encanta ainda mais o veadinho e, além disso, um grande contador de histórias, que expõe ao amigo todas as suas aventuras e desventuras protagonizadas durante o tempo em que vivera na casa dos homens.