Neri sempre teve uma sensibilidade incrível para a escrita. Tem uma forma peculiar de entender as coisas e é dessa mesma forma que as transforma em arte, em poesias. E eu adoro lê-las e muito mais quando ele recita para mim ou ainda quando ele faz vídeos com imagens e ao fundo podemos ouvir a sua voz macia e objetiva. Com um vocabulário simples, podemos às vezes vê-lo respeitar a fundo, a forma, a métrica e as rimas. Noutras, cria as suas próprias formas e métricas dando corpo e vida aos seus delírios e devaneios. A maioria dos seus poemas fala de desilusões amorosas, de um amor almejado, platônico ou por sorte, correspondido a altura. Sempre solícito, faz poemas a pedidos de amigos, colegas ou familiares. Gosta também de fazer homenagens às efemérides e, por isso, aqui o leitor vai encontrar poemas para o dia das mães, dos pais, da criança, finados, dia da consciência negra, Intolerância religiosa, etc. e poderão assim homenageá-las através de suas poesias arraigadas de sentimentos e verdades, embora passeie pelo lúdico em alguns momentos. Neri vem, na nossa atual conjuntura, quando a poesia parece ter virado coisa do passado, arcaica, obsoleta, mostrar que o povo deixou de lê-las, não pelo leque de opções renovadoras, oriundas das tecnologias, da internet como exemplo, mas devido ao próprio desencanto do poeta em escrevê-las ou de publicá-las. Ler não é mesmo de fato uma cultura do nosso povo. Enquanto há sete livros para cada norte americano, no Brasil é de apenas 0,8. Ele acredita que, igual como é no teatro, a poesia tem o poder de facultar ao cidadão uma forma mais saborosa e divertida de devorar um assunto ou de absorver qualquer tipo de informação. Ele acredita que agora, mais do que nunca, os poemas podem ser lidos não tão somente para aprimoramento. Agora que a moda é passear pelo antigo e o moderno enquanto a tecnologia almeja um futuro totalmente inovador.