A sociologia enfrenta dois perigos específicos - o perigo de tornar-se ultra teórica e o perigo de se tornar ultra empírica. O primeiro é o perigo de se perder em generalizações abstratas e sem sentido sobre a sociedade em geral. A sociedade com um S grande é tão enganadora quanto a história com um grande H. O cruzamento do Rubicão por César é um fato da história, enquanto que o cruzamento do Rubicão por milhões de outras pessoas antes ou depois não interessa a ninguém. O fato de você ter chegado em casa meia hora atrás a pé, ou de bicicleta, ou de carro, é tanto um fato sobre o passado quanto o fato de que César cruzou o Rubicão. Mas provavelmente será ignorado pelos historiadores. Todo mundo sabe, ou pensa que sabe, que as quebras e o desemprego são feitos pelo homem. Os governos admitem, na verdade afirmam, que sabem como curá-los. Alguns estudiosos chamam a ciência de "um sistema seletivo de orientações cognitivas para a realidade". Talvez tenha sido posto de forma mais simples. Mas isso é a história, entre outras coisas. O historiador é necessariamente seletivo. A crença em um núcleo duro de fatos históricos existentes de forma objetiva e independente da interpretação do historiador é uma falácia absurda, mas que é muito difícil de erradicar.