Diego Braga é um carioca radicado em Porto Alegre. Bacharel, Mestre e Doutor em Letras pela UFRJ, como poeta é autor de Entreteias , Assimetrias (Primeiro Lugar no Prêmio Letras Brasileiras), Cancioneiro e Memórias: o imenso esquecimento . Em seu sexto livro, Impossível Inevitável , Diego Braga revela uma faceta inovadora e ousada em sua poesia, sem que disso resulte um já poeirento vanguardismo, mas antes um compromisso com a liberdade. Os poemas aqui reunidos assinalam um encontro entre a poesia e o ideal revolucionário, no esteio da Primavera Árabe que derrubou ditaduras e trouxe de volta a esperança a milhares de corações oprimidos. No entanto, a poética aqui é, ao mesmo tempo, uma celebração da sensibilidade e da capacidade de sonhar sonhos realizáveis, uma criação que não se deixa dominar por nenhum servilismo, nem sem limita ao fácil desprezo pela força transformadora de palavra poética como diálogo inspirador da ação política. Nas palavras do poeta O desafio, para o poeta, e também para o artista em geral, hoje, a meu ver, é estabelecer a difícil ponte sobre o abismo da indigência de nosso mundo decadente. Uma ponte que ligue a ousadia da criação artística ao diálogo com gente que está nas lutas do cotidiano, por mais comuns que sejam. Poesia não pode ser panfleto, sempre se diz. Concordo, desde que se lembre, também, que não pode ser uma coisa de especialistas. Essa ponte e extremamente frágil e nunca será duradoura sobre os tênues pilares da estética. Serão precisos os tijolos da revolução, que começam a ser cozidos hoje, a todo tempo e em qualquer lugar onde se tenha a ousadia de querer um mundo pleno de poesia .