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No Antro Da Poesia

No Antro Da Poesia

Sinopse

Caros amigos leitores, esta mostra antológica se trata de um conjunto de textos poéticos, em cujas reflexões retratam-se o Homem e a Vida. O trabalho poético, que se constitui numa atividade, a um tempo prazerosa e complexa, é abordado, sem deixar de dar o devido valor a qualquer variação linguística. As palavras são consideradas como entes viventes, possuindo sons, formas, cores, gostos e outras tantas características anímicas que as fazem assemelhar-se aos homens. Além da arte de poetizar, em especial, o universo humano picoense é abordado como um modelo-padrão em toda a sua extensividade, através da exploração de temas variáveis que se apresentam sob o enfoque de um "eu-lírico" atento a tudo e a todos. Usando uma linguagem adequada ao que menciono, nas suas variedades, torno-a inclusiva, para que os apreciadores desta obra, democraticamente, absorvam-na, sem discriminação das vozes que falam nos enunciados. A minha visão de mundo se debruça sobre a realidade presente, sem deixar de referir-me à passada e à futura, esta última influenciada, é claro, pelo processo da atual. Vários temas são abordados, em versos livres, ou dispostos em rimas, que se apresentam num estilo comum, sendo estas raramente ricas, clássicas, raras ou preciosas. Critica-se, aqui, a crise do País, falando-se, ainda, do poeta em seus flagelos, da poesia, de um amor traduzido num misto de gozo e sofrimento, das coisas terrenas, das mazelas sociais e das admoestações políticas, advindas de um clientelismo separatista e de um sistema doentio. Uma educação pública em decadência, fruto do descaso das instituições políticas, também, nesta crestomatia, revela-se, onde se percebe o caos, quando se chocam ideologias e suas formas de linguagem, sabendo-se que estas possuem seus valores próprios, como o caso do moderno "Internetês", tão massificado nas redes sociais. A minha cidade, Picos, é descrita em sua geografia, com seus políticos idólatras e um povo valente, vitimado pela desagregação, devido a secas e estiagens, contudo deixando transparecer um certo ufanismo que se afigura, em cada um de nós, revelando-nos como natos picoenses de coração. Como Professor de Português e amante da Literatura, não considero o poeta-escritor uma pessoa "sui gêneris", um ser diferenciado: simplesmente, neste livro, o eu-poético se revela, falando de si próprio, do outrem e do mundo, sob o efeito do ópio denominado "poesia", que o move, na busca do entendimento plausível entre si e o universo dos possíveis leitores. Para isso, procura-se uma certa adequação com o leitor, no processo de emissão e recepção das mensagens. Utilizam-se recursos artificiais da linguagem, na evasão de ideologias e pareceres sobre o nosso Homem e o seu meio (em especial, cidade de Picos e macrorregião), no âmbito social, religioso, político, econômico, cultural, e em outras vertentes. Tudo isso se observa no poema "Um braço do Nordeste" que, quanto ao aspecto religioso, eis um trecho: "Nas procissões e festas, durante anos, Volteando Picos, lá de um alto andor, Nosso Paráclito e santíssimo Redentor É carregado pelos braços de humanos." Ainda, em relação ao poema ora citado, temos trechos sobre o aspecto cultural da nossa gente, como o seguinte: "Pois, em ti, vejo tão vibrantes piauienses; A ti cantam tão vibrantes menestréis, Com trovas críticas, sãs, cálidas, fiéis, Timbradas pelos "mártires picoenses." Outrossim, abordo em alguns trechos do poema em pauta, o aspecto político em tom ferrenhamente crítico. Em se tratando da crítica sócio-cultural, econômica e religiosa, esta também paira por muitos outros trechos poéticos, extraídos de outros poemas deste livro, como: "Natais dicotômicos", "A morte de um País", "Colibri" (poema musicado que retrata algumas cidades piauienses), dentre outros.