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O Marido Que A Deise Não Quis.

O Marido Que A Deise Não Quis.

Sinopse

Na decisão de seguir em frente com o romance o que estaria reservado para a vida de Zé Carioca e Deise Lee Jones a partir desta ultima noite em que os dois personagens centrais optaram por se assumir, completamente, no seio da sociedade como um homem e uma mulher. Ninguém; nem os dois personagens mesmo poderiam imaginar. Então... Não se afligir, ser prudente como as serpentes e mansos com as pombas e aguardar os acontecimentos que são sempre o segredo e modo mais eficaz para entender em todas as suas nuances os lapsos da vida. Os dias se sucedem, uns após os outros, e nada é mais prudente do que se aguardar o desenrolar e o desfecho daquilo que está escrito no destino, se é que existe. O mundo jamais seria o mesmo na vida dos dois [...] A luz da sol era, ainda, como já se soubera, quente em um dos dias primaveris quando, Andreia, a secretaria do Zé Carioca, tomara na destra o aparelho de telefone e pronunciara a saudação que, depois da inventiva de Alexander Grambell, se tornara universal. Era uma sexta-feira – quinze de setembro... Andreia dissera: – Abram-se aspas - É para você! – fecham-se aspas. Zé Carioca tomara com a destra o aparelho e, do outro lado da linha, a inequívoca e inconfundível voz da Deise Lee Jones, que perguntara: – Abram-se aspas - Zé Carioca? É Teise! Podemos ir ao cinema? Hoje podemos demorar um pouco mais. Estou na casa da minha irmã e ela não é chata igual a minha mãe! - fecham-se aspas. Zé Carioca e Deise Lee Jones, desde o inicio dos anos oitenta, tinham, entre si, uma espécie de atração fatal, e; naquela sexta-feira, adentraram ao [Cine Boa Vista] para assistir um filme de ação. As vinte e duas horas e trinta e dois minutos, quando saíram, ainda no calçadão da Rua do Passeio, Deise Lee Jones manifestara o desejo de beber uma Coca-Cola. Zé Carioca a inquirira: – Abram-se aspas - Não quer jantar? – fecham-se aspas. Deise Lee Jones [...] – Abram-se aspas - Pode ser! – fecham-se aspas. Na esquina pouco iluminada da Praça Mahatma Gandhi com o limite da Rua do Passeio, o par dobrou a esquerda e, cem passos à frente, cruzaram os umbrais das portas de aço do Restaurante Olona. Naquele estabelecimento, como fazia todos os dias, à hora do almoço, Zé Carioca se assentara à mesa ao do final do salão, a numero dezessete, à esquerda de onde se poderia presenciar a movimentação dos transeuntes e das mariposas e travestis que desfilavam na calçada da Rua Senador Dantas. Adauto, o garçom atencioso e da preferencia do Zé Carioca, a um sinal dos fregueses que já haviam se decidido o que comer, após o olhar do cardápio, se aproximara. – Abram-se aspas - O que vão comer? – fecham-se aspas. Perguntara [...] Traga o de sempre, um filé grelhado ao ponto, acompanhado por batatas coradas à moda portuguesa, arroz à moda grega, salada de feijão fradinho. O garçom [...] – Abram-se aspas - Para beber? – fecham-se aspas. Zé carioca [...] – Abram-se aspas - Uma Coca-Cola! – fecham-se aspas. Quinze minutos depois, a faca deslizava nas mãos esquerdas dos dois comensais enquanto as taças pelo meio com a Coca-Cola descansavam a mesa aguardando por serem levadas as bocas. Quando os talheres foram cruzados no interior dos pratos vazios, dormiam; se é que talheres, pratos e copos dormem, sobre a mesa, no relógio penso à parede, o ponteiro grande estava posicionado no numero nove e o pequeno próximo a numero um. Uma hora da madrugada e quarenta e cinco minutos? Exato [...] Zé Carioca pagara a conta e, a pés, os dois se dirigiram para as imediações do antigo Largo da Lampadosa, na atualidade Praça Tiradentes, palco do enforcamento do alferes Joaquim Jose da Silva Xavier, que desejaram assemelhar, com a barba e o cabelo longo, Jesus Cristo; no século dezoito – Deise Lee Jones iria para o bairro de Santa Cruz. No meio da trajetória, desistiram [...